Vida de Alice...

Por Ela

Não, hoje não quero fazer rir. Hoje estou num 'momento indignação'.

Não, não é com Ele! Tadinho, tá quietinho lá na dele...

É que é engraçado escutar umas coisas, né... Na aula de ética dia desses, a profa. tava dizendo que é "vedado" ao funcionário público receber presentes, sendo presente considerado tudo aquilo que custe mais que um salário mínimo. Disse que algumas pessoas, quando são BEM atendidas nos órgãos públicos, ficam tão agradecidas que levam presentinhos pros atendentes.

Mas o que interessa não é isso. Fiquei espantada foi com o que a sala começou a discutir a partir disso. Alguém do fundo disse:

- Mas isso também é uma forma de "suborno", porque a pessoa que presenteia tá querendo, no fundo, poder pedir algo em troca depois ou pelo menos manter o "bom" atendimento toda vez que for lá!
- Não... eu acredito que haja pessoas, pelo menos as mais velhas, que dão o presente em agradecimento apenas, como um agrado... Eu acredito que ainda haja gente assim...

E ficaram nessa discussão por um bom tempo.

O incrível dessa situação é a frase "Eu acredito que ainda haja gente assim...".
Por que "ainda haja"? Gente boa está em extinção? Não existem mais pessoas educadas, desinteressadas, gentis, honestas, que ajudam ao próximo sem exigir nada em troca, que se preocupam com os outros, daquelas pessoas que são "boas" mesmo?

E só os mais velhos é que prestam? Nós, jovens, estamos 'perdidos' mesmo? Não sabemos lidar com os outros?
Sabe, saí da publicidade por achar que tava vivendo num mundo sujo e cheio de mentiras, vaidades, desonestidade, competição, enfim, um mundo feio, que eu não queria pra mim... Mas eu achei que esse era o meu mundo, o mundo da minha profissão, longe de tudo o que aprendi e considero importante pra minha vida...

Então foi muito decepcionante ouvir isso de várias outras pessoas, de todas as profissões: contabilistas, administradores, biólogos, RPs, jornalistas etc.

Em que mundo vivemos? E onde vamos parar?

Será que sou uma Alice pensando que o mundo é o País das Maravilhas?

Prefiro pensar que sou, então, uma afortunada. Porque eu não convivo com gente assim. Convivo com gente que se preocupa com os outros, que ajuda no que pode, que é caridoso, que sabe a força que a palavra "família" tem e que dá valor pra isso...

Todos com seus defeitos, mas amigos maravilhosos, pais fabulosos, namorado incrível! DEle tento aprender a generosidade, a caridade, o desapego, a paciência, a fé...

Muita gente me diz que vivo num mundo cor-de-rosa...

Sabe... Que pena então que não são todos Alice como eu e que não enxerguem nuvens de algodão num céu cor-de-rosa... Acho que seríamos bem mais felizes...